segunda-feira, 15 de março de 2010

Fazer o que se Gosta

Por Stephen Kanitz


A escolha de uma profissão é o primeiro calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando "fazer o que se gosta", um conselho confuso e equivocado.

Empresas pagam a profissionais para fazer o que a comunidade acha importante ser feito, não aquilo que os funcionários gostariam de fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um livro ou tomar chope na praia.
Seria um mundo perfeito se as coisas que queremos fazer coincidissem exatamente com o que a sociedade acha importante ser feito. Mas, aí, quem tiraria o lixo, algo necessário, mas que ninguém quer fazer?

Muitos jovens sonham trabalhar no terceiro setor porque é o que gostariam de fazer. Toda semana recebo jovens que querem trabalhar em minha consultoria num projeto social. "Quero ajudar os outros, não quero participar desse capitalismo selvagem." Nesses casos, peço que deixem comigo os sapatos e as meias e voltem para conversar em uma semana.

É uma arrogância intelectual que se ensina nas universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. A maioria das pessoas que ajudam os outros o faz de graça.

As coisas que realmente gosto de fazer, como jogar tênis, velejar e organizar o Prêmio Bem Eficiente, eu faço de graça. O "ócio criativo", o sonho brasileiro de receber um salário para "fazer o que se gosta", somente é alcançado por alguns professores felizardos de filosofia que podem ler o que gostam em tempo integral.
O que seria de nós se ninguém produzisse sapatos e meias, só porque alguns membros da sociedade só querem "fazer o que gostam"? Pediatras e obstetras atendem às 2 da manhã. Médicos e enfermeiras atendem aos sábados e domingos não porque gostam, mas porque isso tem de ser feito.

Empresas, hospitais, entidades beneficentes estão aí para fazer o que é preciso ser feito, aos sábados, domingos e feriados. Eu respeito muito mais os altruístas que fazem aquilo que tem de ser feito do que os egoístas que só querem "fazer o que gostam".

Então teremos de trabalhar em algo que odiamos, condenados a uma vida profissional chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída para esse dilema é aprender a gostar do que você faz. E isso é mais fácil do que se pensa. Basta fazer seu trabalho com esmero, bem feito. Curta o prazer da excelência, o prazer estético da qualidade e da perfeição.

Aliás, isso não é um conselho simplesmente profissional, é um conselho de vida. Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena ser bem feito. Viva com esse objetivo. Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Provavelmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àqueles que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fazem o mínimo necessário.

Se quiser procurar algo, descubra suas habilidades naturais, que permitirão que realize seu trabalho com distinção e o colocarão à frente dos demais. Muitos profissionais odeiam o que fazem porque não se prepararam adequadamente, não estudaram o suficiente, não sabem fazer aquilo que gostam, e aí odeiam o que fazem mal feito.

Sempre fui um perfeccionista. Fiz muitas coisas chatas na vida, mas sempre fiz questão de fazê-las bem feitas. Sou até criticado por isso, porque demoro demais, vivo brigando com quem é incompetente, reescrevo estes artigos umas quarenta vezes para o desespero de meus editores, sou superexigente comigo e com os outros.
Hoje, percebo que foi esse perfeccionismo que me permitiu sobreviver à chatice da vida, que me fez gostar das coisas chatas que tenho de fazer.
Se você não gosta de seu trabalho, tente fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área, destaque-se pela precisão. Você será aplaudido, valorizado, procurado, e outras portas se abrirão. Começará a ser até criativo, inventando coisa nova, e isso é um raro prazer.

Faça seu trabalho mal feito e você odiará o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus colegas, seu país e a si mesmo.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard e este seu artigo foi publicado na Revista Veja, edição 1881 (www.kanitz.com.br)

segunda-feira, 8 de março de 2010

10 Dicas para turbinar seu currículo

1. Não esqueça de colocar seus dados para contato (telefone, endereço e e-mail)

2. Tenha cuidado ao colocar foto no seu currículo. Não é necessário, a menos que seja uma exigência do selecionador ou essencial para a área pretendida. E, se for mesmo necessário colocar uma foto sua, tenha cuidado na escolha! Evite fotos informais e descontraídas demais (na praia, no churrasco, em festas, usando trajes de banho, entre amigos e assim por diante). O currículo é como um documento para o profissional. Portanto, opte por fotos mais sérias, com trajes adequados - como se fosse para uma entrevista de emprego.

3. Evite colocar suas características pessoais no currículo e na carta de apresentação. Se você é pró-ativo, comunicativo e sabe trabalhar em equipe, não serão palavras no papel que comprovarão tais qualidades.



4. Fique atento aos erros de digitação.

5. Não cite sua pretensão salarial. Discuta salário apenas quando estiver em contato com o possível empregador, de preferência na entrevista de seleção.

6. Ao colocar dados sobre sua formação, inclua o nome da instituição e do curso em questão.

7. Revise seu currículo para evitar erros de português.

8. Quando citar sua experiência profissional, não esqueça de incluir o nome da empresa, cargo(s) ocupado(s) e atribuições da sua função.

9. Não evidencie períodos curtos de permanência em uma empresa. Se for inferior a seis meses, coloque apenas o ano em que trabalhou no local.

10. Caso você possua mais de um idioma em nível básico, retire estas especificações do seu currículo. Caso tenha dois idiomas em níveis diferentes, especifique.